A base técnica do meu trabalho está enraizada em práticas ancestrais de tingimento desenvolvidas em todo o mundo, a mais de 5.000 anos. Etapas de pré-tratamento, como o processo de purga e mordentagem, são etapas cruciais que garantem o sucesso. O passar do tempo não mudou esses fundamentos, mas agora sabemos muito melhor quais materiais são atóxicos e seguros para descarte no jardim. Um exemplo perfeito de como o fato de algo ser natural não o torna sustentável.

 

Uma prática verdadeiramente alinhada com a natureza prioriza a forma como as coisas são feitas em vez de simplesmente buscar um resultado visual. Uma abordagem baseada em processos requer uma observação cuidadosa dos inúmeros fatores interagem entre si. Além da preparação do tecido, cada microdecisão ao longo do processo influenciará os resultados (por exemplo, umidade, pressão ao enrolar e tempo de cozimento). Cada planta carrega suas próprias preferências e personalidade (por exemplo, época de colheita, exposição solar, precipitação ou fertilidade do solo). Cada tecido se comportará de maneira diferente (por exemplo, composição, tipo de trama, espessura, acabamentos). Buscar a perfeição higienizada significa combater a técnica com barreiras plásticas desnecessárias e protocolos dispendiosos. 

 

Como há tanto em jogo que não pode ser controlado, prefiro uma abordagem intuitiva, na qual posso responder criativamente às interações entre o tecido – mordentes – e as plantas. Minha prática de tingimento é uma dança com o ambiente ao redor: observando o que é abundante, o que é invasivo e o que está disponível. Sou uma ferramenta para a paisagem, tornando-me uma ponte entre o potencial invisível da cor oculta nas plantas e sua expressão visível no tecido.

 

Quer saber como é a transição da planta e do tecido para uma peça Wear Tinctorium? Detalhei o processo completo, do início ao fim, abaixo: